quarta-feira, 16 de março de 2011

Mártires e a luta contra a ditadura do automovel

Porto Alegre
Só aqui no Brasil crimes são cometidos e nada ocorre, onde impera a impunidade . Nessa carrocracia as pessoas estão submetidas ao ritmo estressante e acelerado das máquinas. O Governo perdeu todo o controle sobre essa cultura do carro, a cultura das altas velocidades, que é a cultura de infringir a lei. A visão do motorista da realidade é irresistivelmente distorcida, como são também as políticas públicas que estimulam esse ciclo viciosos de violência, de altos gastos públicos e expropriação de direitos. Essa é dinâmica das ruas das cidades.

Deixo aqui atestado: vivemos reféns. Vamos lembrar tristemente Porto Alegre - vai ficar gravado na cabeça de cada um - mais uma lembrança para o histórico de violência registrado em todo mundo. Respire fundo e pense. Todos os dias milhares de vidas humanas são ceifadas dentro de uma organização de transportes que supervaloriza o automóvel e sub-valoriza todo o resto . Onde estamos, nós, frágeis pedestres e ciclistas?

Homenagem a Pedalada Pelada(#WNBR)
As empresas automobilísticas poucos se importam com a realidade perversa que faz sangrar literalmente os movimentos sociais, apenas se interessam em lucrar e eximem-se de responsabilidade. Vem o governo, fazendo das pessoas indigentes estatísticos. As mídias jornalísticas - aí elas aparecem - principalmente as redes de tv que alimentam o senso comum e naturalizam o fenômeno. Uns chamam de selva urbana. Tudo aparece como acidente, fatalidade, chega-se ao ponto de criminalizar a própria vítima.

Resultado? Cenário desolador para a população que não tem acesso ao carro, ora, e os que têm também. Lula, ex-presidente desse país subdesenvolvido disse uma vez que todo brasileiro iria ter um carro. A propaganda eleitoral de Dilma atiçou esse genuíno sonho de consumo. Mentira! Imaginem se todo brasileiro tivesse um carro na garagem? Talvez seja uma daquelas previsões de fim do mundo tipo 2012.

Quero focar na realidade de cada dia presenciado em nossas cidades. Nada é feito:

<Veronica Ferreira Gutoski, 62 anos, morreu atropelada hoje de manhã, na rua Antônio Prado, Jardim Los Angeles. A idosa estava de bicicleta, dentro de área rural, quando foi atingida por veículo conduzido por Palmiro Santa Cruz, 47 anos, que estava embriagado. A mulher foi arremessada a distância de oito metros do local do acidente e morreu no local. 

O acidente aconteceu por volta das 9 horas. Consta no boletim de ocorrência (2298/2011) que a família foi avisada que Verônica havia sofrido acidente. Equipes do Corpo de Bombeiros e do Samu foram acionadas, mas a mulher morreu no local.

Testemunhas disseram que Palmiro conduzia veículo Ford Ka em zigue-zague na rua e acabou saindo da rua, passando cerca de vinte metros da calçada e atingido Verônica. Um dos que presenciaram o acidente retirou Palmiro do local para evitar linchamento. 

Na delegacia, foi constatado que ele não tinha CNH e estava embriagado, pois o teste de alcoolemia indicou 1,31 miligramas de álcool. Palmiro Santa Cruz será indiciado por homicídio doloso (com intenção), dirigir sob influência de álcool e pela falta de permissão ou habilitação para condução de veículo. (Fonte: http://www.jornaldiadia.com.br/jdd/acidentes-e-tragedias/52566--idosa-e-atropelada-por-condutor-embriagado-e-morre-na-capital; dica: @wcruz)>


Vamos deixar acontecer até quando?  É preciso fazer pressão sob quem elegemos, é preciso união para isso. Não posso pedir mais do que escrevo agora, e não me dirijo só as pessoas que gostam de pedalar, mas toda a sociedade. Vamos erodir as bases fundamentais da desigualdade desse sistema vampiro que faz sangrar a população de trabalhadores deste país, pois o que foi dito acima, é expressão do modelo de vida desigual que escolhemos para nossa vida.

Viver de acordo com uma sociedade extremamente doente, não é demonstração de saúde - é opção. Pena, que muitos nem desconfiam disso. Porem a Massa Crítica vem aumentando contra uma minoria que só sabe mandar e usurpar. Eles tremem e reprimem. O nosso combustível não acaba.

Achamos que podemos mudar através da educação.

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