segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Solidariedade aos amigos da Massa Crítica de Porto Alegre e repúdio ao atentado.


Fiquei extremamente indignado com o que aconteceu em Porto Alegre, a Bicicletada ou Massa Crítica é um movimento pacífico, os ciclistas reivindicam apenas o seu direito de estar nas ruas, o direito de ir e vir e de promover a Paz. Mas no caso dos ciclistas urbanos, tendo em vista que só existem políticas que privilegiam o conforto dos motoristas, ou seja, que apenas garantam o fluxo de carros, traduz uma lógica que fez tornar a vítima o criminoso. O comportamento das autoridades depois do ocorrido demonstra que para eles, carrocratas, não deveríamos estar ali, não teríamos esse direito. Em contrapartida, vemos com esses olhos críticos, que a terra há de comer, carros estacionados nas vias, em lugares públicos, que dificultam anão só a mobilidade de ciclistas, mas cadeirantes e pedestres. Observamos carros estacionados em calçadas, vemos congestionamento quilométricos, mas isto não é crime, é natural para esta sociedade cheia de contradições. Os próprios motoristas tem o direito de obstruir os espaços, - as vias - tem o direito de ficarem engarrafados, horas sentados, ansiosos, depressivos. Sim, está foi a opção deles. Sabemos o que mais se investe hoje no Brasil é a ampliação viária, viadutos, estacionamentos, dinheiro retirado da infra-estrutura do transporte de massas, inviabilizando-o assim, está é a realidade: ônibus lotados, sem qualidade nenhuma para transportar seres humanos e alto custo. 

VLT? Transporte barato, rápido para a coletividade? O que é isso? As elites não querem se misturar com os pobres! Claro, vivemos no país do transporte individualista que é o carro, é cultura, é propaganda, é descaso, faz parte da dinâmica do capital. Os números crescentes de lucros dessas grandes empresas automotivas que encontraram seu Éden aqui no Brasil, lucros que acompanham também o número cada vez mais crescente de mortes, de vítimas das grandes velocidades, da poluição, do estresse . O carro é uma arma de fato, como toda arma tem um grande potencial para matar; para usá-la é preciso aprender a manuseá-la. Mas como assim? Nós como seres subumanos, imperfeitos, estamos sujeitos a acidentes que podem colocar em risco nossas vidas e de outros semelhantes, somos muito tolos, algumas vezes perversos. Mas quando se trata de psicopatas, loucos, "monstroristas" como nosso "amigo" Ricardo? Oh, Ricardo Neis estava com seu filho( que belo exemplo heim), alegou legítima defesa para jogar seu carro: acelerar sobre pessoas, seres humanos desarmados, frágeis. Sei que a justiça é muito complacente com esse tipo de caso, há a não-justiça, que é muito comum aqui no Brasil, diferente de algumas regiões pelo mundo, onde coisas parecidas fazem com que o motorista pague indenizações enormes, perca a carteira de direção para sempre, seja julgado e preso passando bons longos anos de reclusão, não abrem-se brechas.

Existem direitos e deveres para os condutores, sejam eles de veículos motorizados e não-motorizados. As autoridades públicas consideram talvez que bom seria que nós ciclistas não existíssemos, os maus motoristas se sentem a vontade com a tal liberdade que têm para desrespeitar as leis., porque observa-se ou pelo menos tem-se essa impressão. Contra toda essa violência os ciclistas encontraram a melhor solução, unir-se. Somos todos, afinal, pedestres, nós sabemos como é tão difícil perambular pela cidade em meio a anarquia dos automóveis, seja a pé ou de bicicleta. Quem não se limitou a um carro, e o usa  sim, mas com consciência, preferindo também outras modalidades de transporte, sabe como é. Não sou eu que digo, especialistas afirmam que o carro é um dos maiores inimigos da cidade. Mais carros querem dizer, menos qualidade de vida. É fato!

Dentro de um carro, vidros escurecidos, ar-condicionado ligado, uma vida artificial sem movimento, isolado numa bolha, de tudo, da dura realidade da pobreza, da desigualdade - é triste dizer que muitas pessoas se entregaram a máquina e vivem em função dela, negligenciando a saúde do corpo e a paz de espírito, até que explodem algum dia, como uma bomba relógio.

Termino repetindo as belas palavras de ordem da Massa Crítica Poa: PAZ, AMOR, MENOS MOTOR! PAZ, AMOR, MENOS MOTOR!

Que possamos cultivar a Paz no trânsito, "não odiamos carros, apenas amamos bicicletas."

 A polícia está averiguando se o motorista realmente é culpado, o que você acha?
Os ciclistas arremessados para cima do carro, ver o vídeo me impressionou muito, perante a crueldade com que age o condutor do Veículo. Atentado a vida!!!

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