sábado, 14 de maio de 2011

Até quando? Até quando impunidade? Até quando?


Mais uma vítima em menos de duas semanas.

Revolta! Enquanto os jornais e blogs locais bem frequentados e retuitados ditam o que acontece, sem qualquer compromisso com a verdade, essa... A "verdade da vítima", não de um acidente, mas  de alguém que assassinado por um motorista. Até quando? Até quando impunidade? Quantos de nós precisaremos morrer?

O ciclista não estava atravessando no meio dos carros, como um suicida moderno, como é de propor-se para mentalidade dos usuários do carro, carrocratas, carrascos potencialmente, dentre muitos, apenas um - uma mistura de carne e álcool, para executar definitivamente pena de morte a resistência, a insurreição cultural das bicicletas, dos ciclistas urbanos que, por necessidade ou opção, transitam pela região metropolitana e especificamente dentro da cidade.




A BR 101 que corta Natal parece-me a muralha de fuzilamento de nós ciclistas. Quantos já partiram, sem chance qualquer de defesa para o mundo do além!? Entre aqueles noticioados e não veiculados nos blogs, nos jornais oficiais. Quantos? Notícias como essa são cada vez mais frequentes, enquanto o número de carros aumenta cada vez mais nas ruas de Natal; enquanto a frota cresceu em uma década 67% - com isso, a cidade já vive a barbarie de uma cidade grande como São Paulo.


Vítimas inocentes, pais, mães e filhos, irmãos! Por que somos tão crueis? Pessoas por que escolher deslocar-se egoisticamente, destrutivamente, não só para saúde, mas para a vida do próximo. Automóvel, desculpe, a quem tem paixão por ele, mas é uma arma, o gatilho somos nós, nós que o manuzeamos mau, mau formados pelas auto-escolas, pagando caro.

Observem bem a marca no asfalto do Fiesta, onde percebe-se claramente onde possivelmente foi o primeiro impacto - ciclista estava transitando, exercendo o seu direito, enquanto foi pego dolosamente sem chance de defesa, sendo jogado com enorme violência a 30m. Chega de impunidade!

A via não apresenta nenhuma sinalização, não afirmando o uso da via que é feito também por ciclistas, indo e vindo. Não há ciclovia, nenhuma infra-estrutura, e como já disse, sinalização; há poucas faixas de pedestres e passarelas, fluxo sempre intenso e grandes velocidades, não coerente com a criculaçao de pessoas, não falo de máquinas, mas sim de pessoas, não motorizadas, que teoricamente teriam preferência.

A Polícia Rodoviária tenta contextualizar a "culpa" que recai sobre o pedestre e ciclistas, tratando-os como suicidas até. Ninguém quer morrer, só não tem opção para não se arriscar. As autoridades dizem suprir as necessidades dos mais fracos - verdade prática: nada acontece como imaginam essas ditas autoridades, ora, carrocraticamente falando, andar 1km para atrravessar uma rua que mede em largura trinta metros(?)

Com o perdão da palavra, que P... de lógica é essa?



Você, considera-se um bom motorista, por que não muda a sua atitude no trânsito?! Justifica-se a nossa invisibilidade,  mas não se justifica - nenhum de nós somos transparentes. Somos gente sim, igual a você que fecha os olhos para outras alternativas de transporte. Não é porque andar de bicicleta em Natal é perigoso. A cidade, quer dizer o Poder Público, com a co-participação, não menos relevante da opção individual de um terço da população natalense omiti-se, lava as mãos.

A questão além de ser cultural é social, e econômica - pois é muito difícil fazer distanciar tais pontos.

Na sociedade onde esparge a barbarie, em meio a ideia virtual da concorrência de mercado, transplantada para o social; da concentração de direitos, mediante a imposição moral e física do "ter mais dinheiro", do "ter carro", da violência, da corrupção, da acumulação e da impunidade. São exemplos das ânsias, das perturbações, dos crimes aos direitos humanos, refletindo todos os avanços já conquistados pela humanidade.



Estamos em um caminho lento para a real civilidade, em que as pessoas são flagrantes: agentes alienados à questão social, que é apresentada obtusamente como cenário de suas vidas.

CHEGA!


A cultura da velocidade, a cultura do automóvel massacra a vida humana, seja ela a de quem a defende, como de pessoas inocentes. CHEGA!

Motoristas, referindo aos maus motoristas, destes uma minoria mau caráter; a maioria, mau formados. NATALENSES - não somos bichos na estrada, somos seus semelhantes! A sua pressa não vale uma vida! O seu prazer débil de alcoolizar-se como alcoólatra socialmente incumbado não vale a angústia de uma família.

EVOLUAM, sei que é difícil quando vivemos na Era da Estupidez, evoluam!


Até quando?

Um comentário:

  1. Absurda situação, existem provas reais de que foi um assassinato, bebida e direção = homícidio doloso. Lamentável também como nós ciclistas somos tratados, é comum sim o tráfego de ciclistas naquela como em outra áreas da região metropolitana, simplesmente mais de 20% (conf.PMU gestão anterior)dos deslocamentos dessa região são realizados de bicicleta e não somos respeitados como deveriamos, pois realizamos a mobilidade do futuro nas conformidades do devido respeito ao meio ambiente. É grave também a derrota da sociedade para os crimes de trãnsito, principalmente por ingestão de alcool e direção, esse "cidadão" não matou apenas um ciclista, ele apenas aumentou o genocídio que é a guerra do trânsito. Não corra. não mate, não beba, não morra...

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